Se você tem uma criança seletiva e ela vive ficando doente no inverno, será que a alimentação dela não é das melhores? Existe, sim, uma conexão direta entre uma alimentação pobre em nutrientes e o aumento da vulnerabilidade do sistema imunológico. Crianças seletivas, aquelas que rejeitam diversos alimentos e têm um cardápio bastante restrito, costumam apresentar maior risco de adoecer com mais frequência, especialmente nas estações mais frias.

Neste artigo, vamos conversar sobre como a seletividade alimentar pode impactar a imunidade da criança e o que pode ser feito para reverter esse cenário. Vamos entender quais são os nutrientes essenciais para manter o sistema imunológico forte, como identificar sinais de carências nutricionais, e como o acompanhamento de um pediatra pode ser decisivo para virar esse jogo.

Quais nutrientes são essenciais para a imunidade infantil?

O sistema imunológico é como um exército de defesa do corpo, e para funcionar bem, ele precisa estar bem alimentado. Isso não significa apenas comer em quantidade, mas em qualidade. Veja os principais nutrientes que contribuem diretamente para a imunidade:

  • Vitamina C: Presente em frutas como laranja, acerola, kiwi, morango e mamão, a vitamina C estimula a produção de glóbulos brancos e é fundamental na resposta imunológica.
  • Vitamina A: Encontrada em alimentos de cor alaranjada e verde-escuro, como cenoura, abóbora, espinafre e manga. Ela protege as mucosas respiratórias e intestinais, principais portas de entrada de vírus e bactérias.
  • Zinco: Essencial para o funcionamento de células imunológicas, o zinco está presente em carnes, castanhas, sementes e leguminosas.
  • Ferro: Além de prevenir a anemia, o ferro participa da formação de células de defesa. Fontes: carnes vermelhas, feijão, folhas verdes escuras.
  • Vitamina D: Regula diversas funções imunológicas e é produzida com a exposição solar. Mas também pode ser obtida por meio de suplementos e alimentos como ovos e peixes gordurosos.

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Por que crianças seletivas adoecem mais?

Quando uma criança é seletiva, ela tende a recusar justamente os alimentos mais nutritivos: frutas, legumes, verduras, grãos, peixes… Com isso, seu organismo fica sem os “tijolos” necessários para manter as defesas em dia. Em outras palavras: é como tentar construir uma casa com material de baixa qualidade.

No inverno, o risco aumenta porque o contato com vírus respiratórios é maior, o ar fica mais seco, e as aglomerações em ambientes fechados facilitam a transmissão de doenças.

Sem um sistema imunológico fortalecido, a criança seletiva se torna um alvo fácil para gripes, resfriados, otites e outras infecções comuns da estação.

Nem sempre os sinais de carência nutricional são tão óbvios, mas alguns sintomas podem acender o alerta para possíveis deficiências nutricionais:

  • Fadiga excessiva
  • Irritabilidade ou apatia
  • Queda de cabelo
  • Palidez
  • Unhas fracas
  • Infecções frequentes
  • Feridinhas que demoram a cicatrizar
  • Dificuldade de crescimento ou ganho de peso

Se você identifica vários desses sinais em seu filho, é importante investigar a fundo, com apoio profissional.

seletividade alimentar

O papel do pediatra na construção de um plano estratégico para seletividade alimentar

Quando uma criança começa a apresentar resistência para comer, é comum que os pais tentem resolver o problema por conta própria. Procuram receitas “milagrosas”, investem em pratos decorados, escondem legumes nas refeições e insistem, com a melhor das intenções, em colheradas forçadas. Mas, muitas vezes, essas estratégias não resolvem — e podem até piorar a situação.

A seletividade alimentar é multifatorial. Por isso, precisa ser vista além do prato. E é justamente nesse ponto que o papel do pediatra se torna essencial.

Ao construir um plano alimentar estratégico, o pediatra especializado em seletividade não olha apenas para o que a criança está comendo, mas para tudo o que está acontecendo ao redor da alimentação. Um dos primeiros passos é realizar uma avaliação ampla e integrada que considera aspectos que muitas vezes passam despercebidos:

  1. Sono: O sono desregulado é um dos grandes sabotadores da alimentação infantil. Crianças que dormem mal tendem a estar mais irritadas, cansadas e com menos tolerância a estímulos durante o dia — inclusive aos alimentos. Um pediatra atento avalia a qualidade do sono da criança, os horários, os despertares noturnos e como isso influencia o comportamento alimentar.
  1. Desenvolvimento neuromotor: A forma como a criança se movimenta, coordena os músculos da boca e da língua, segura os talheres ou mastiga também pode estar relacionada à seletividade. Um atraso motor, por exemplo, pode dificultar a mastigação ou gerar desconforto na hora da refeição. Muitas vezes, o que parece “birra” é, na verdade, uma dificuldade real que exige intervenção adequada — como o acompanhamento com fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional, orientado pelo pediatra.
  1. Comportamento infantil: Cada criança tem sua forma de reagir ao mundo — e isso inclui o momento de comer. Crianças mais sensíveis, ansiosas ou com perfis de temperamento mais rígidos podem usar a recusa alimentar como forma de controle ou comunicação. O pediatra, ao entender o comportamento infantil, consegue orientar os pais com estratégias que respeitam a individualidade da criança, sem reforçar padrões negativos.
  1. Conexão entre os pais e ambiente familiar: A relação entre os pais, a dinâmica familiar e até o clima emocional durante as refeições influenciam diretamente no comportamento alimentar da criança. Famílias com altos níveis de estresse, falta de rotina ou pouca escuta ativa tendem a ter mais dificuldade para avançar com a alimentação. O pediatra, nesse contexto, atua como facilitador da conexão entre pais e filhos, promovendo orientações que favorecem um ambiente mais acolhedor, estruturado e propício ao progresso.

 

Com base em todas essas informações, o pediatra elabora um plano alimentar estratégico que vai muito além da lista do que a criança deve ou não comer. É um plano que:

  • Considera o momento de vida da família.
  • Respeita o tempo da criança.
  • Tem objetivos reais, alcançáveis e bem definidos.
  • Inclui ajustes de rotina, sono, estímulo motor e condutas práticas para cada refeição.
  • Valoriza o vínculo entre pais e filhos como pilar do desenvolvimento alimentar.

Essa abordagem integrada é o que diferencia uma orientação pontual de um acompanhamento verdadeiramente transformador. Ao enxergar a criança de forma global, o pediatra deixa de ser apenas um prescritor de dieta e passa a ser um parceiro da família — guiando, acolhendo e ajustando cada passo do processo com técnica e empatia.

Dicas práticas para lidar com a seletividade e fortalecer o sistema imune

  1. Comece pequeno: ofereça pequenas porções de alimentos novos ao lado dos preferidos. A exposição repetida ajuda na aceitação.
  2. Evite pressão e chantagens: isso só gera mais resistência. Em vez disso, crie um ambiente calmo, sem distrações, e modele o comportamento com seu próprio prato.
  3. Envolva a criança nas escolhas: levar ao mercado, ajudar a preparar os alimentos e montar o prato são formas de aumentar o interesse pela comida.
  4. Ofereça alimentos fontes de vitamina C diariamente: além de melhorar a imunidade, ela aumenta a absorção de ferro.
  5. Garanta uma boa rotina de sono e hidratação: ambos são pilares do sistema imune.
  6. Consulte um pediatra especializado: não espere o problema piorar para buscar ajuda. Quanto antes você agir, mais rápido e efetivo é o resultado.

Conclusão

A seletividade alimentar não precisa ser um obstáculo para a saúde do seu filho. Com acompanhamento certo e um plano de ação ajustado à sua realidade, é totalmente possível fortalecer o organismo da criança — mesmo nos meses mais críticos do inverno.

Lembre-se: você não precisa enfrentar isso sozinha. Quanto antes você buscar ajuda, mais leve e eficiente será o caminho.

E se eu não conseguir sozinha?

Quando a seletividade alimentar não é tratada de maneira eficaz, ela pode se transformar em um problema de longo prazo, com implicações para a saúde da criança. É essencial intervir cedo para garantir que seu filho tenha uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais e que seja capaz de proteger o corpo contra doenças crônicas no futuro.

O apoio de um pediatra especialista em seletividade alimentar pode fazer toda a diferença, oferecendo uma orientação profissional que leve em consideração o comportamento alimentar da criança, sua saúde geral e suas necessidades nutricionais. Com isso, é possível desenvolver estratégias eficazes para mudar os hábitos alimentares da criança e garantir um desenvolvimento saudável e sustentável.

Se está difícil sozinha resolver a dificuldade alimentar do seu filho e não aguenta mais as brigas na hora da refeição, eu tenho um plano personalizado para sua criança. Como Pediatra com mais de 15 anos de experiência em nutrição infantil e seletividade alimentar, eu criei um acompanhamento nutricional, baseado no Método COMER. Em uma consulta online ou presencial, avalio quais são as as necessidades específicas da sua criança e te entrego estratégias eficazes e personalizadas para transformar a alimentação do seu filho.

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consulta com pediatra
Dra Bruna de Paula - Pediatra - CRM 11818

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