O sedentarismo infantil é caracterizado pela ausência de exercício físico regular e por longos períodos de pouquíssimo movimento físico. De acordo com a OMS, é considerada sedentária uma criança na faixa etária entre 6 e 17 anos que pratique menos de 300 minutos de atividade física com regularidade semanal, ou seja, o equivalente a uma hora por dia de exercícios com uma periodicidade de 05 dias por semana.

Não é segredo que o estilo de vida das crianças mudou nos últimos anos. Brincadeiras ao ar livre, como pular corda, correr no pega-pega, dançar ou se divertir no balanço, foram substituídas por tablets, smartphones e computadores em muitos lares. Além disso, com a pandemia e as aulas online, o tempo em frente à tela agravou o sedentarismo infantil. Soma-se a isso, a vida atribulada dos pais, que acumulam inúmeros compromissos, como resultado da maior digitalização, reduzindo o tempo de atenção à família.

As crianças têm passado muito tempo na frente da TV e do computador e comem fast food, salgadinhos, doces e refrigerantes em excesso. Um estudo apresentado no 5º Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública, em 2015, mostrou que, em média, 39% das crianças estão acima do peso no mundo inteiro. Outros estudos relacionam o tempo gasto assistindo a televisão e a prevalência de obesidade: 10% em crianças que assistem TV menos de 1 hora diária, e 25%, 27% e 35%, respectivamente, quando o hábito é 3, 4, 5 ou mais horas por dia vendo televisão. A televisão ocupa horas vagas em que a criança poderia estar realizando outras atividades. Além disso, a criança frequentemente come na frente da televisão, e grande parte das propagandas vendem alimentos não nutritivos e ricos em calorias. Hoje se sabe que a criança obesa apresenta alta probabilidade de se tornar um adulto obeso.

As principais causas do sedentarismo infantil são:

A grande preocupação é que a infância inativa pode gerar a diminuição da expectativa de vida. É  estimado que a expectativa de vida das crianças com 10 anos de idade seja menor que a de seus pais. Ou seja, essa geração irá viver 5 anos a menos por causa do sedentarismo. E isso é uma preocupação real pois quando as crianças não praticam nenhuma atividade física podem tornar-se um adulto com diversos tipos de problemas de saúde. Mas os problemas da inatividade física podem aparecer ainda na infância, como por exemplo:

A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que a prática de atividade física deva ser diária, com no mínimo 60 minutos, pelo menos 5 dias da semana, em intensidade moderada a vigorosa, devendo incluir atividades que fortaleçam músculos e ossos. Esse é tempo mínimo de exercícios físicos recomendado às crianças e adolescentes justamente por ser um período de formação osteomuscular e do desenvolvimento neurológico, psicológico e motor. Será nessa fase que se construirá a base de uma vida saudável. Mas o que vale é mexer o corpo – tanto faz se o exercício for brincar de correr com os coleguinhas ou jogar basquete no time da escola. Sendo assim, podemos prevenir o sedentarismo infantil de algumas maneiras:

Ao se refletir sobre a criação dos filhos, é importante pensar como está sendo moldado o adulto do futuro. São os pais que darão o acesso inicial às brincadeiras, vão apresentar os jogos e serão boas influências. Estipular horários, dividindo o tempo de lazer entre atividade física e tecnologia, é uma boa opção também. Organizar gincanas e brincadeiras de roda, saltar corda, bambolê, amarelinha, pega-pega, entre outras atividades lúdicas são muito úteis para combater o sedentarismo e criar um limite com a tecnologia para a criança.

A atividade física promove melhora no sistema imunológico e reduz o risco de infecções respiratórias e inflamações, além de torna-se um importante recurso para aumentar a resiliência infantil, capacidade de resolução de problemas, estimular o adequado desenvolvimento, bem-estar emocional e interação social, melhorar a autoestima e autoimagem. Esta consciência aumenta a responsabilidade dos pais, afinal, uma criança sedentária pode se tornar um jovem sem saúde.

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