QUAL MÉDICO PROCURAR EM CASO DE DIFICULDADE ALIMENTAR INFANTIL?
O médico Pediatra é um médico especialista em orientações sobre alimentação infantil e seletividade alimentar infantil.
Dra Bruna de Paula é uma médica pediatra que trata dificuldades alimentares na infância.
Dra Bruna de Paula atende em consultório próprio em Vitória, Mata da Praia, e na Serra, Laranjeiras. Acompanha crianças desde o nascimento até a adolescência e orienta famílias sobre alimentação infantil.
Dra Bruna de Paula é uma Pediatra que também realiza Teleconsulta para orientar as famílias que tem filhos com dificuldade para se alimentar.
SELETIVIDADE ALIMENTAR INFANTIL
Uma queixa muito comum no consultório é: “meu filho não come” ou “meu filho só quer comer besteiras” ou “meu filho comia bem e agora não quer comer – o que eu ofereço?”, entre outras queixas relacionadas a dificuldade alimentar. Essa queixa é descrita para aproximadamente 25% a 35% das crianças. E quando os pais conversam com parentes ou vizinhos, ou até com alguns profissionais da área da saúde, o que eles geralmente escutam é que “isso passa”, ou que “é só deixar com fome que a criança come”.
A verdade é que há várias causas para o “não comer” das crianças. Desde diminuição do apetite, porque não precisa de tanta caloria mais para crescer de forma adequada (que é o que acontece após 1 ano de idade) até doenças que atrapalham a alimentação. O mais importante é saber a causa e conduzir a dificuldade alimentar baseada no problema que a criança enfrenta.
CAUSAS DE DIFICULDADE ALIMENTAR
Quando o assunto é seletividade alimentar, temos que pensar em:
- aversão alimentar por experiências emocionais negativas (alimentar a criança à força)
- neofobia (não aceitação de novos alimentos)
- anorexia
- doenças crônicas
- doenças respiratórias / respirador oral
- doenças do trato gastrointestinal (alergia alimentar / refluxo gastroesofágico / síndrome de má absorção / intolerância alimentar)
- falta de interesse pela comida (a criança prefere brincar a comer)
- dificuldade de integração sensorial (não tolera certa textura ou a presença do alimento na boca)
- distúrbio de mastigação / deglutição
- trauma alimentar (como engasgos)
- autismo
O PROBLEMA VAI ALÉM DO “MEU FILHO NÃO COME”
Além da dificuldade alimentar ser um grande estresse familiar devido a tentativas mirabolantes de oferecer a dieta para o filho, a sua presença pode prejudicar a saúde da criança em vários aspectos, como causar baixo ganho de peso e estatura, deficiência nutricional, anemia, baixo aprendizado devido a deficiência nutricional, dislipidemias dependendo das escolhas alimentares, briga conjugal, distanciamento entre pais e filhos.
Algumas doenças como anemia por falta de ferro, comum em crianças que não comem de forma saudável, causam prejuízos cognitivos que não são completamente corrigidos mesmo após a reposição adequada de ferro. Ou seja, deixa sequelas na criança que prejudicam seu desempenho escolar.
COMO AUMENTAR O INTERESSE DA CRIANÇA PELOS ALIMENTOS
Muitas vezes o problema começa no primeiro ano de vida, com uma introdução alimentar errada. Os pais nem sempre recebem a orientação de que é preciso respeitar as etapas do comer: primeiro a criança olha para o alimento, depois brinca, depois cheira, toca, experimenta (lambe / dá pequenas mordidas) para então se alimentar.
Outra ação importante da família, e que não é considerado pelos pais, é ser o exemplo para essa criança. Para que a criança tenha o interesse pelo alimento, é preciso ver os pais comendo também. E é comum os pais forçarem a criança a comer algo que nem eles gostam. Sempre oriento os pais a evitar fazer cara de “nojo” durante a oferta de alimentos não agradáveis ao paladar deles. E, se isso não for possível, nem oferecer o alimento à criança – pedir outra pessoa ou cuidador para oferecer.
A criança até os 3-5 anos de idade ainda é muito lúdica. Para que o momento da refeição seja mais agradável, além de não acontecerem as brigas (como forçar a aceitação dos alimentos), os pais podem convidar amigos à mesa como Pepa, Homem Aranha, Patrulha canina… Deixe a criança fazer o pratinho desses amiguinhos e oferecer comida a eles também – nessa hora, o cuidador pode combinar com a criança que a cada colher oferecida ao boneco, outra colher irá até a boca da criança. Muitas vezes a criança come somente por causa da magia. Trazer a tela para esse momento, como tablet / TV / celular não é o ideal pois muitas vezes a criança não enxerga o que está comendo (pois fica com o olhar fixo a tela) – e a idéia é que a criança participe da refeição.
Como as crianças adoram ajudar os pais e imitá-los, levar o filho às compras, pedir para ele escolher os alimentos e ajudar no preparo tanto dos alimentos quanto da mesa onde toda a família estará sentada para a refeição, aumenta a satisfação pelo momento e a necessidade de experimentar o que ajudou a preparar.
MESMO QUE SEJA DIFÍCIL, NÃO DESISTA!
Aprender a comer é um processo, dá trabalho. É preciso muita paciência, mas é possível!. Aos pouquinhos, a criança vai se dessensibilizando, e o comer vira algo prazeroso.
Mesmo que você esteja tentando há dias e não tem conseguido convencê-lo de pelo menos 1 colher, não use a estratégia de deixa-lo com fome. Converse com um Pediatra sobre a dificuldade alimentar do seu filho. Algumas crianças apresentam doenças de verdade, ou traumas, que não serão corrigidos somente com a fome, barriga vazia.
Para o diagnóstico de dificuldades alimentares são necessários análise do histórico do paciente e exame físico completos, com dados sobre o crescimento, desenvolvimento e estudo do consumo alimentar recente. Os sinais e sintomas de doenças sistêmicas que possam comprometer o metabolismo também devem ser avaliados
Comer é uma habilidade aprendida, e nem todas as crianças aprenderão naturalmente. Parte delas, precisará de avaliação mais detalhada do quadro como uma entrevista detalhada da rotina alimentar e geral, da criança e da família, para que um diagnóstico seja detectado e uma conduta seja traçada. E isso será resolvido somente com a ajuda de um Pediatra. O tratamento deve ser individualizado, conforme a causa da dificuldade alimentar.