COMIDA DO BEBÊ: SEM SAL MAS SABOROSA!

A idéia de que alguns temperos seriam muito fortes e, portanto, não poderiam ser adicionados na comida do bebê é muito comum. Além de não haver contraindicação de uso, os temperos naturais possuem uma infinidade de propriedades medicinais, agregam valor nutricional e ampliam a experiência sensorial da alimentação.

A questão de usar temperos na comida do bebê, durante a introdução alimentar, sempre foi cercadas de mitos e tabus. Não deveria, pois seu uso agrega valor nutricional e sensorial a esta fase importante do aprender a comer.

Utilize temperos naturais como: alecrim, coentro, salsa, manjericão, hortelã, louro, erva doce, orégano, páprica entre outros. Dê preferência aos que você gosta e sempre utilizou durante a gestação e amamentação exclusiva, pois eles irão reconhecer os sabores. Mas não deixe de experimentar novos.

As comidas não precisam ser cozidas apenas no vapor – refogue com azeite, cebola, alho, casca de cenoura.  A criança desenvolve o paladar desde o nascimento e, por isso, é necessário temperar as papinhas de maneira adequada para estimular o aprendizado de sabores.

Ervas, as especiarias e os legumes aromáticos, como cebola e alho, geralmente refogados em azeite criam novas camadas de sabor com as diferentes combinações. Vale lembrar que as ervas frescas são a melhor opção, porque têm sabor mais suave do que as secas.

Todos os temperos devem ser cortados em pedaços suficientemente pequenos para ser mastigados. Assim, o bebê visualiza os alimentos e aprende a distinguir sabor, cheiro, cor e textura de cada um. 

A principal regra é evitar o sal, pois com as ervas já é possível garantir o sabor. Devemos evitar o sal pois o sódio, que é um dos principais componentes dele, está presente em alguns alimentos in natura do bebê. E, em excesso (já que o bebê necessita de pequena quantidade de sódio), está relacionado ao aumento da hipertensão arterial e ao risco de acidente vascular cerebral e do desenvolvimento de doenças renais.

No início da introdução alimentar o ideal é que a criança sinta o sabor natural de cada alimento e progressivamente, com a introdução alimentar já bem estabelecida, você vá adicionando receitas e preparações com legumes e usando os temperos naturais para incrementar o sabor.

Quanto mais você variar os ingredientes, os temperos e alimentos, mais sabores seu filho vai experimentar e mais chances terá de gostar, no futuro, de todos os tipos de comida. Mas lembre-se: em média, são necessárias de oito a dez exposições da mesma comida para ele ser aceito pela criança! Ou seja, é preciso muita paciência para evoluir com uma alimentação saudável. E isso é indicado em qualquer fase da vida deles pois a rejeição alimentar pode ocorrer em outros momentos e por várias causas.

E nada de picância nessa primeira fase! Temperos fortes como pimenta a páprica picante e o curry são vetados, assim como os artificiais, que costumam ter muito sódio. Podemos usar alguns tipos de pimenta que são mais aromáticas, com um poder de ardência menor, como a pimenta do reino ou a pimenta branca.  Sempre em pouca quantidade para que não provoque ardência, pois pode ser desagradável. E não exagere no uso de temperos, mesmo que sejam naturais, para não comprometer o sabor natural da refeição.

A comida do bebê e da criança deve ser gostosa, rica, instigante e variada. E essa apresentação deve iniciar na introdução alimentar pois a alimentação restrita, sem sabor forte, como o amargo ou azedo, de sabor muito suave, e sem grandes variações, leva ao paladar infantil – paladar exigente e monótono, aceitando apenas poucos tipos de alimentos.

O excesso de sal pode causar alguns problemas de saúde a longo prazo, como hipertensão e problemas cardíacos. Então, use bem pouco ou nada, se possível. Sua comida pode ser gostosa apesar da ausência de sal. Seja criativa e abuse dos temperos naturais!

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