Muitos pais não imaginam, mas sono ruim deixa a criança doente com mais facilidade — principalmente no inverno, quando a imunidade naturalmente oscila. Muitos pais se preocupam com a alimentação, com as roupas quentinhas no frio e até com os suplementos vitamínicos — mas poucos percebem que um dos fatores mais importantes para manter a saúde das crianças pode estar sendo ignorado: o sono. Sim, sono ruim deixa a criança doente com mais facilidade — e isso se torna ainda mais evidente no inverno, quando a imunidade naturalmente fica mais sensível e os vírus respiratórios estão por toda parte.
Sabe aquele resfriado que volta toda semana? Ou aquela tosse que parece nunca passar, mesmo depois do antibiótico? E as febres recorrentes, que aparecem justo quando você acha que tudo está bem? Em muitos casos, esses quadros podem estar ligados a um problema silencioso, mas poderoso: noites mal dormidas.
Durante o sono, o corpo infantil entra em uma verdadeira fase de restauração. É nesse momento que ele produz hormônios fundamentais para o crescimento, regula o metabolismo e — talvez o mais importante — fortalece o sistema imunológico. Enquanto a criança dorme profundamente, o organismo fabrica citocinas, substâncias que ajudam a combater infecções e inflamações. Ou seja, dormir bem é, literalmente, uma forma de o corpo se preparar para lutar contra vírus e bactérias.
Mas quando o sono é interrompido com frequência, quando a criança demora a pegar no sono ou dorme menos do que deveria, esse processo tão essencial se desorganiza. O corpo não consegue completar seus ciclos de recuperação, e o resultado é uma criança mais cansada, mais irritada… e mais vulnerável a doenças.
Por isso, neste artigo, vou te explicar com detalhes o que acontece no corpo do seu filho enquanto ele dorme, qual a relação direta entre sono e imunidade, como a alimentação influencia esse processo e o que você pode fazer para melhorar a rotina noturna da sua criança — sem brigas, sem sofrimento, e com orientações práticas que funcionam na vida real.
O que acontece no corpo da criança durante o sono?
O sono não é apenas um momento de descanso — ele funciona como um verdadeiro tratamento natural e diário para o corpo da criança, especialmente durante os anos de crescimento. É enquanto dorme que o organismo realiza tarefas essenciais para o desenvolvimento físico, emocional e imunológico. E tudo isso acontece de forma silenciosa, mas profundamente poderosa.
Durante as fases mais profundas do sono, conhecidas como sono de ondas lentas, o cérebro da criança entra em uma espécie de “modo reparo”. É nesse momento que há uma liberação intensa do hormônio do crescimento (GH), que não só ajuda o corpo a crescer, como também atua na renovação celular e na cicatrização de tecidos. Além disso, o organismo produz citocinas, proteínas que desempenham papel fundamental na defesa contra infecções. Elas funcionam como “mensageiros” do sistema imunológico, ajudando o corpo a identificar e combater invasores como vírus e bactérias.
Mas não para por aí. Durante o sono, o corpo também regula substâncias como a melatonina, que controla o ciclo do sono e vigília, e o cortisol, hormônio ligado ao estresse. Quando esses hormônios estão em equilíbrio, a criança acorda mais tranquila, o humor melhora, o apetite se regula de forma mais natural e o sistema imunológico funciona com mais eficiência. Isso significa menos episódios de doenças virais, como gripes e resfriados, e também uma resposta mais rápida do corpo quando essas infecções acontecem.
Além dos benefícios para a saúde física, o sono adequado melhora a memória, a atenção e a capacidade de aprendizagem. Uma criança que dorme bem tende a se concentrar mais nas atividades escolares, a lidar melhor com frustrações e a apresentar mais energia e disposição ao longo do dia. Em resumo: dormir bem não só fortalece o corpo, como também contribui para o bem-estar emocional e o desenvolvimento cognitivo.
Por isso, cuidar do sono do seu filho é investir em saúde preventiva — com efeitos que vão muito além da noite passada.
Relação entre despertares noturnos e baixa imunidade
A criança que acorda várias vezes à noite ou que vai dormir muito tarde entra em um estado chamado de sono fragmentado. Isso significa que o corpo não consegue atingir e manter o sono profundo por tempo suficiente — e é exatamente nessa fase que a imunidade é construída.
Pais costumam observar que essas crianças adoecem com mais frequência, têm infecções de repetição e demoram mais para se recuperar de resfriados comuns. E não é coincidência.
Dormir mal reduz a produção de anticorpos, atrapalha a resposta inflamatória e sobrecarrega o corpo. Resultado? Gripes mais fortes, tosse que dura semanas, otites e sinusites recorrentes.
É por isso que, antes de pensar em suplementos ou antibióticos, vale olhar para a rotina do sono.

Como a alimentação influencia o sono
Pouca gente sabe, mas o que a criança come — ou deixa de comer — ao longo do dia influencia diretamente na qualidade do sono. Uma alimentação rica em açúcares, industrializados ou refeições pesadas à noite pode deixar o corpo em alerta, dificultando o início e a manutenção do sono.
Por outro lado, uma alimentação equilibrada, com nutrientes que ajudam na produção de triptofano, melatonina e magnésio — como banana, aveia, sementes, legumes e proteínas leves — favorece um sono mais tranquilo e profundo.
Além disso, crianças seletivas ou que se alimentam mal costumam apresentar picos de energia fora de hora, e muitos desses casos estão ligados à hipoglicemia noturna, que pode causar despertares repentinos.
Se o seu filho dorme mal e come mal, isso pode estar se retroalimentando como um ciclo difícil de quebrar — mas que tem solução com ajustes simples
Erros comuns na rotina noturna das crianças
Muitos pais acreditam que deixar a criança acordada até tarde vai fazê-la dormir melhor — afinal, quanto mais cansada, mais fácil pegar no sono, certo? Errado. O que acontece, na verdade, é o chamado “efeito vulcânico”: a criança exausta entra em superexcitação, liberando mais cortisol, o hormônio do estresse, e tem ainda mais dificuldade para dormir.
Outro erro frequente é o uso de telas (TV, celular, tablet) perto da hora de dormir. A luz azul emitida por esses aparelhos inibe a produção de melatonina e atrapalha o início do sono.
Também é comum faltar uma rotina previsível, com horário fixo para dormir, ambiente calmo e rituais que sinalizem ao corpo que é hora de descansar — como banho morno, história tranquila ou uma música relaxante.
Mesmo crianças pequenas, que ainda não sabem olhar o relógio, percebem quando o corpo se organiza em uma rotina segura. E essa previsibilidade melhora muito a qualidade do sono e a imunidade.

Quando procurar ajuda pediátrica
Se o seu filho vive acordando à noite, tem dificuldade para pegar no sono, ronca, transpira demais enquanto dorme ou apresenta cansaço excessivo durante o dia, vale a pena procurar ajuda.
Em muitos casos, o sono ruim da criança pode estar relacionado a fatores como:
- Alergias respiratórias
- Amígdalas aumentadas
- Deficiência de ferro ou outras vitaminas
- Ansiedade ou medos noturnos
- Uso excessivo de telas
- Falta de rotina alimentar adequada
O pediatra pode investigar se há alguma causa clínica por trás dos despertares, avaliar o padrão do sono e orientar mudanças que realmente funcionam — sem radicalismos, sem remédios desnecessários.
Além disso, quanto antes a intervenção for feita, maiores as chances de evitar que esse sono ruim afete o crescimento, a imunidade e até o comportamento da criança.
Conclusão
Se você está se perguntando por que seu filho adoece tanto ou por que vive exausto mesmo dormindo “oito horas”, vale refletir: será que o sono dele tem sido de qualidade?
Sono não é luxo. É parte essencial da prevenção. Uma criança que dorme bem, adoece menos, se alimenta melhor, aprende com mais facilidade e vive com mais equilíbrio.
Se seu filho vive acordando à noite, demora a pegar no sono ou dorme menos que o ideal para a idade, esse é um sinal de alerta. Ajustar essa rotina pode significar menos idas ao pronto-socorro, menos antibióticos e mais tranquilidade para toda a família — inclusive para você, mãe.
E se eu não conseguir sozinha?
Quando a seletividade alimentar não é tratada de maneira eficaz, ela pode se transformar em um problema de longo prazo, com implicações para a saúde da criança. É essencial intervir cedo para garantir que seu filho tenha uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais e que seja capaz de proteger o corpo contra doenças crônicas no futuro.
O apoio de um pediatra especialista em seletividade alimentar pode fazer toda a diferença, oferecendo uma orientação profissional que leve em consideração o comportamento alimentar da criança, sua saúde geral e suas necessidades nutricionais. Com isso, é possível desenvolver estratégias eficazes para mudar os hábitos alimentares da criança e garantir um desenvolvimento saudável e sustentável.
Se está difícil sozinha resolver a dificuldade alimentar do seu filho e não aguenta mais as brigas na hora da refeição, eu tenho um plano personalizado para sua criança. Como Pediatra com mais de 15 anos de experiência em nutrição infantil e seletividade alimentar, eu criei um acompanhamento nutricional, baseado no Método COMER. Em uma consulta online ou presencial, avalio quais são as as necessidades específicas da sua criança e te entrego estratégias eficazes e personalizadas para transformar a alimentação do seu filho.
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