GREVE DE PEITO: PORQUE SEU BEBÊ PAROU DE MAMAR?

Uma situação desesperadora para as mães é a interrupção abrupta da amamentação pelo filho – a famosa greve de peito. A criança, que mamava tranquilamente, de uma hora para outra começa a recusar o peito. Aí iniciam os questionamentos: Será que tem algo de errado com o meu leite? O meu bebê está doente? Meu bebê vai desmamar? Confusão instalada: por desespero, a mãe começa a ofertar fórmula infantil, o que pode piorar o quadro. 

Bem, esse cenário se chama greve de amamentação – a criança não estava pronta para parar de ser amamentada, e a mãe não tinha intenção alguma de ter um desmame abrupto, mas mesmo assim o bebê não pede ou se recusa a mamar se ofertado o seio. O bebê e a mãe querem a mamada, e mesmo precisando e desejando, o bebê chora ao ser posicionado para mamar, sendo difícil de acalmar. 

Isso não é o início de um desmame natural e muito menos significa que seu bebê não curte mais o peito. Dificilmente, bebês com menos de um ano desmamam naturalmente, quando não há interferência de bicos artificiais ou leite em pó, porque nessa fase eles precisam do peito. Segundo a Sociedade Brasileira dePediatria, é uma condição comum e não deve ser confundida com desmame naturalO desmame natural ocorre quando a introdução alimentar está bem estabelecida, e de forma natural o bebê mama menos, e come mais. Isso ocorre após os 2 anos de idade. As greves de peito, embora muitas vezes pareçam um desmame, não o são.

Vamos exemplificar abaixo causas da greve de peito:

    • Dentes nascendo (os sintomas geralmente aparecem cerca de três a cinco dias antes do dente nascer (mas há casos em que duram semanas), e desaparecem assim que  os dentes rompem a pele), alguma lesão na boca como afta, sapinho (pois ttambém causam dor no momento da amamentação); infecção de ouvido (que leva à dor e pressão durante a mamada)

    • Reflexo gastro-cólico (aceleração do trânsito intestinal devido a excesso de leite – pode ocorrer em casos de mães com muita produção ou crianças que aumentam a eficácia da sucção)  

    • Posição desconfortável do bebê na mamada – pega assimétrica; pega errada após retirada de bico de silicone.  Não existe uma única posição para amamentar, mas algumas regras básicas devem ser respeitadas para que a amamentação flua sem dificuldades para mãe e filho

    • Nariz congestionado, que dificulta a coordenação entre mamadas e respiração

    • Dor em alguma parte do corpo do bebê, por exemplo após a vacina

    • Uso de bicos artificiais como chupetas e mamadeiras, que podem levar a confusão de bicos

    • Refluxo gastroesofágico, que em geral causa dor e desconforto durante a mamada

    • Excesso de fluxo de leite que pode fazer o bebê engasgar e causar desconforto

    • Reação à algum produto como desodorante, loção, detergente, sabão em pó, etc

    • Stress decorrente de alguma situação, superestimulação, mudanças na rotina (como viagem ou mudança)

    • Separação mais longa da mãe, seja por qualquer motivo, como viagem ou doença, ou mesmo retorno ao trabalho

    • Queda na produção de leite – devido a aumento do intervalo entre as mamadas, introdução de complemento, mamadeira ou chupeta e mesmo algum estresse físico ou emocional da mãe  

    • Mudança no gosto do leite – uso de cremes ou pomadas, perfumes, mudança na dieta, nova gravidez, uso de medicações (como antibiótico para mastite)

    • Reação forte da mãe após a mordida do bebê   

    • Sensibilidade a algum alimento, que pode ser intolerância ou alergia alimentar

A greve de peito é uma maneira do bebê comunicar que algo está errado. Geralmente esse período dura de 2 a 4 dias, mas pode durar mais. O melhor caminho é tentar manter a calma, descobrir o que pode estar causando isso e resolver o problema. 

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